O FLUXO MIGRATÓRIO NA EUROPA CONTEMPORÂNEA

Como já exposto aqui no blog, nos dias atuais, o mundo passa por um fluxo internacional intenso de refugiados e imigrantes. O aumento da migração na Europa, por exemplo, particularmente em 2015, exigiu uma resposta da União Europeia (UE) em vários níveis. 

Nos últimos anos a Europa teve de responder ao desafio migratório mais grave desde a Segunda Guerra Mundial. Em 2015 foram registados na UE 1,25 milhões de requerentes de asilo. Em 2019, o continente Europeu abrigou cerca de 82 milhões de imigrantes internacionais (UNITED NATIONS, 2020). Embora os fluxos migratórios tenham diminuído recentemente, essa crise veio expor as deficiências do sistema europeu de asilo (PARALMENTO EUROPEU, 2017). 

A política de imigração a nível europeu lida com a imigração regular e a migração irregular. Relativamente à migração regular, a UE fixa as condições para as entradas legais e de residência. Os Estados-Membros possuem o direito de determinar os volumes de admissão das pessoas oriundas de países terceiros em busca de emprego. A União Europeia também lida com a migração irregular, especialmente através de uma política de repatriamento que respeite os direitos fundamentais (PARLAMENTO EUROPEU, 2017).

Perseguições, conflitos e violações de direitos huamnos continuam a forçar pessoas a sairem de suas casas e buscarem asilo e segurança na Europa. Apenas em 2019, 63.311 pessoas arriscaram suas vidas tentando chegar a Europa pelo mar aberto, e 1.028 se afogaram ao fazerem esse trajeto. Apesar de alguns progressos em aumentar o número de caminhos seguros para o continente Europeu, essas oportunidades são muito poucas para contrabalancear as diversas oportunidades arriscadas e irregulares que atraem as pessoas em busca de proteção. Esforços maiores são necessários para aumentar o acesso a esses acessos e caminhos legais (UNHCR, 2019).

Desde 2014, o maior número de refugiados são originários da Síria. Em junho de 2019, haviam 6.6 milhões de refugiados sírios, somando aproximadamente um terço de toda a população refugiada mundialmente. Com a conta aumentando, o próximo maior número de refugiados em 2019 veio do Afeganistão e Sudão do Sul, com 2.7 milhões e 2.2 milhões de refugiados, aproximadamente. Comunidades e países que são vizinhos do epicentro de crises são geramente os primeiros para acomodar as pessoas deslocadas (EASO, 2020). Em 2018, a Alemanha continua a abrigar a maior população de refugiados e requerentes de asílo no mundo (UN MIGRATION, 2020). 

Em 2020, com a crise do coronavírus, diversos países passam por instabilidade política e falta de liderança. Como consequência, ocorreu um aumento de pessoas que chegaram por via marítima procurando asílo, principalmente na Italia. Porém, é importante observar que a questão migratória vem sendo polítizada cada vez mais na Europa. O  movimento que resultou no desenrolar do Brexit, ou seja, a saída do Reino Unido da União Europeia, em boa parte se trata sobre ser um movimento contra imigração- a pauta foi um fator central na criação do Referendum do Brexit em 2016 e movimentou um discurso e narrativa forte contra o acolhimento de refugiados e imigrantes. Portando, a disseminação de informações e dados corretos sobre a questão do refúgio é muito importante, para que a sociedade seja mais acolhedora e aberta aos imigrantes e refugiados, facilidando assim o processo de adaptação dessa população. 


EASO. Asylum Report 2020. 2020. Disponível em: https://op.europa.eu/en/publication-detail/-/publication/3f570818-f0b0-11ea-991b-01aa75ed71a1/language-en?WT.mc_id=Selectedpublications&WT.ria_c=41957&WT.ria_f=5706&WT.ria_ev=search. Acesso em: 30 set. 2020.

PARLAMENTO EUORPEU. A migração na Europa. 2017. Disponível em: https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/society/20170629STO78632/a-migracao-na-europa. Acesso em: 30 set. 2020.

UN MIGRATION. World Migration Report. 2020. Disponível em: https://www.un.org/sites/un2.un.org/files/wmr_2020.pdf. Acesso em: 30 set. 2020.

UNHCR. Europe Situation. 2019. Disponível em: https://www.unhcr.org/europe-emergency.html. Acesso em: 30 set. 2020.


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