MIGRANTES E REFUGIADOS NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO



Como já exposto aqui no site, o Brasil é destino de muitos refugiados e migrantes. Para viver uma vida plena, digna e confortável, ser inserido no mercado de trabalho é fundamental, no entanto, este tem sido um grande desafio para os abrigados aqui. Dados da pesquisa “Perfil socioeconômico dos Refugiados no Brasil”, divulgados pelo ACNUR mostra que, de acordo com os que vivem atualmente no país, 34% concluíram ensino superior; 19,5% estão em busca de emprego, e metade dos entrevistados apontou o acesso ao mercado de trabalho como o principal obstáculo em conseguir uma vaga (ACNUR, 2019).

Para os refugiados, ser contratado por uma empresa brasileira é particularmente difícil. A ACNUR também constatou por meio de uma pesquisa que 20% dos estrangeiros refugiados no Brasil vêm procurando trabalho, mas sem sucesso. Trata-se praticamente do dobro da taxa nacional de desemprego, que, segundo o IBGE, é de 12% da população economicamente ativa. Ao mesmo tempo,  a mesma pesquisa mostra que a escolaridade dos refugiados é mais alta do que o indicador nacional. De acordo com o estudo, 34% dos refugiados que moram no país têm ensino superior. Entre os adultos brasileiros, o índice é de 17% (AGÊNCIA SENADO, 2019).

Com frequência, essa falta de oportunidades e iniviativas de inclusão por parte das empresas é por pura falta de informação, fazendo com que as empresas descartem logo de cara o currículo dos refugiados, sem nem mesmo chamá-los para a entrevista. Muitos empresários pensam que o processo de contratação é mais complexo, burocrático e demorado do que o processo de um brasileiro. Outros supõem que seja ilegal admitir refugiados e que, fazendo isso, serão multados por auditores do Ministério do Trabalho ou até presos pela Polícia Federal. É importante ressaltar que a contratação de refugiados é legal e segue as mesmas regras para a admissão de brasileiros, sem implicar nenhum ônus ou encargo extra para o empregador (AGÊNCIA SENADO, 2019). Quando o mercado de trabalho não enxerga os refugiados adequadamente, ou eles ficam desempregados, ou se sujeitam a empregos formais que estão aquém da sua qualificação ou a serviços informais nos quais ficarão expostos a todo tipo de exploração (AGÊNCIA SENADO, 2019). 

Para complementar as informações apresentadas, abaixo seguem dois quadros retirados do site Agência Senado (2019): o primeiro retrata uma pesquisa conduzida com brasileiros que trabalham com recursos humanos sobre os refugiados; e o segundo é um pequeno informativo sobre a contratação de refugiados no Brasil. 





AGÊNCIA SENADO. Por preconceito e desinformação, empresas evitam contratar refugiados. 2019. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/por-preconceito-e-desinformacao-empresas-evitam-contratar-refugiados. Acesso em: 05 out. 2020.

ACNUR. Profissionais refugiados e o mercado de trabalho. 2019. Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/2019/11/14/profissionais-refugiados-e-o-mercado-de-trabalho. Acesso em: 05 out. 2020. 

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